"O Senhor das Formigas" traz à tona julgamento baseado em preconceito
- Humberto Moureira
- 9 de set. de 2022
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O Senhor das Formigas (“Il Signore Delle Formiche”), dirigido por Gianni Amelio, traz a história do poeta e dramaturgo Aldo Barbieri (Luigi Lo Cascio). Em um julgamento na década de 1960, ele foi condenado a nove anos de prisão, por submeter outra pessoa, física e psicologicamente, à sua própria vontade, segundo o processo. Inspirado em fatos reais, este é um filme sobre a violência e a obtusidade do preconceito, sobre o amor submetido ao conformismo e à hipocrisia.
“É uma seção transversal da vida provincial italiana nos anos sessenta, quando o bem-estar econômico não crescia ao mesmo ritmo que a consciência das coisas”, diz o diretor. O longa mescla diversas vozes: a do réu, do seu amado, sua família, acusadores e apoiadores, mas também de uma opinião pública distraída e indiferente, principalmente quando o assunto é homossexualidade.
Enquanto isso na Semana da Crítica
Na mostra independente paralela de Veneza organizada pela União dos Críticos Italianos de Cinema, quem levou o prêmio máximo foi o Eismayer, de David Wagner. O sargento Charles Eismayer (Gerhard Liebmann) é o instrutor mais rígido e temido na força militar austríaca, mas ele guarda um segredo: é gay. Baseada em uma história real, a narrativa toma corpo quando Falak (Luka Dimic), abertamente gay, entra para a unidade militar.
Vale a pena ver
Nessa mesma mostra paralela, Skin Deep (“Aus meiner Haut”), de Alex Schaad, é dividido em capítulos ao longo de seus 109 minutos. Tristão (Jonas Dassler) e Layla (Mala Emde) parecem ser um casal feliz, mas quando eles viajam para uma ilha remota um jogo de identidades toma palco e pode mudar suas percepções de sexualidade, gênero e individualidade. O filme levou o Queer Lion na competição paralela.


