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Berlinale: “Tinta Bruta” faz um retrato sensível e atual sobre a juventude

  • Humberto Moureira
  • 19 de jan. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 28 de mar. de 2023


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Cortesia. Berlinale / Cena de Tinta Bruta

O drama LGBTQ do duo Marcio Reolo e Felipe Matzembacher, Tinta Bruta, tem um

elenco jovem e afiado que cativou aos visitantes em sua estreia no 68. Berlinale. É um

filme sobre as violências diárias nas relações humanas que transpassam a agressão

verbal e fisica e, que acontecem de maneira quase impercepitível.


Pedro, Shico Menegat, será julgado por um crime. Já nas primeiras cenas o longa

mostra as suas sutilezas. Em uma das visitas à advogada, a irmã do protagonista num

ato singelo prende o cabelo dele, antes de entrarem na sala onde vão para

conversarem sobre a defesa do rapaz. Pouco a pouco o enredo vai se construindo e

tomando forma. Ele mora com irmã que decidiu se mudar para a Bahia e o irmão no

antigo apartmento. Sem pai e nem mãe e de irmã ausente o jovem é responsável por

viabilizar seu sustento. Assim ele o faz através de shows online pela Webcam, fazendo

uso de tintas fluorescentes.


O filme da dupla se passa numa Porto Alegre, que aos olhos do protagonista todos a

querem deixar. Como o passar das cenas o público vai juntando o quebra-cabeças e

percebendo em diaálogos muito bem elaborados qual é o crime de Pedro e porque o

jovem largou a faculdade. Entre o uso de tintas fluorescentes e uma trilha sonora

hedionista, a história vai se construindo e tomando formato de arte. Os shows na

webcam humanizam o jovem e cria a dualidade da sua identidade virtual que se

sobrepõe à realidade.


Em meio aos problemas que Pedro enfrenta surge o concorrente Léo, Bruno

Fernandes, que também, faz performances na Webcam utilizando tintas. O roteiro é

bem delineado dá consistência à narrativa, criando um retrato um jovem que

procura enfrentar seus monstros criados por uma sociedade marcada pela moral. É

tudo muito coerente, autêntico e nada didático ou auto-explicativo. A narrativa

acontece ao longo de 118 minutos e propicia uma reflexão que não cai em um lugar comum.

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